Finalmente! dirá o Dr. Portas acerca da partida do perigoso cardume de marinheiras (eram 6) que foram travadas às 12 milhas em pleno alto mar. Este cantinho à beira mar plantado esteve em perigo, especialmente desde que aquelas estrangeiras do Atlântico norte resolveram vir para aqui dar cabo da paciência do nosso ministro do mar. E que bem que ele defendeu a pátria e a nossa segurança, com os seus poderosos dois vasos de guerra. Que sirva de exemplo para toda a Europa, somos um país pequenino e de bons costumes, mas óptimo para assustar o mulherio sem vergonha que vem para cá desviar as nossas mulheres, dos bons hábitos, que são tradição em Portugal. O nosso ministro da defesa falou grosso e alto na sede do seu partido no largo do Caldas, com a bandeira do CDS, ao lado da bandeira Nacional, por trás dele. O país ficou mais tranquilo com tamanha demonstração de patriotismo vindo daquele lado, julgando eles que os ganhos partidários desta atitude vão dar para serem os mais votados nas próximas eleições. O chefe do governo que se ponha a pau, senão o Paulinho das feiras ainda lhe salta para a cadeira do poder com algum golpe de estado congeminado por ele e pelos rapazinhos do Caldas. Mas gostaria de saber o que pensará o nosso 1º ministro, Dr. Santana Lopes, desta actuação do seu fiel amigo ministro das guerras. Mas isso também não o preocupará muito, ele anda lá pelo Brasil, não sei se em serviço de estado, ou se em férias, mas isso agora não é muito relevante, até porque cá, o PIB, teve uma recuperação fantástica de 1,5% no segundo trimestre graças ao Campeonato Europeu, como diz a imprensa (esperem pelos resultados do próximo trimestre, onde já não há nenhum evento importante). Contudo o Dr. Santana Lopes, lá nas terras descobertas por Pedro Alvares Cabral, fez um discurso como se tivesse sido devido a uma acção do seu governo. As tripulantes prevaricadoras do barco do pecado foram convidados a vir a Portugal, por algumas organizações, e foram recebidas com um aparato militar, como se de um inimigo perigoso se tratasse. O que pensarão os outros países desta anedota nacional, onde a interrupção voluntária da gravidez há muito que é um direito adquirido nos países Europeus mais evoluídos. Pela atitude deste governo, poderão as velhas parteiras continuar a funcionar num vão de escada qualquer, pondo em perigo a vida das mulheres portuguesas, que poucas condições económicas têm para irem a uma clínica em Espanha, enquanto quase duas mil mulheres por ano da classe alta podem ir até de avião às melhores clínicas europeias gastarem uns milhares de euros para resolverem a sua gravidez com discrição. Da próxima vez que a organização Women on Waves vier a Portugal, e se o Dr. Paulo Portas ainda estiver no governo, podem contar com uma recepção de cinco estrelas, pois não vão só ter uns barquitos de guerra à sua espera, como ainda vão ser acompanhadas com dois submarinos novinhos em folha, vai ser cá uma festança que as marinheiras até vão ficar de boca aberta