MAROCAS

Julho 21 2019

Polvo guisado à moda dos Açores

polvo guisado à moda dos Açores é um dos pratos tradicionais da Gastronomia dos Açores. Este prato ganha destaque na ceia de Natal, podendo ser servido como prato principal ou petisco. A acompanhar com batata ou arroz branco.

Uma das características únicas deste prato são os seus temperos, com destaque para o vinho de cheiro (ou tinto) e a presença da pimenta da terra e ou malagueta. Confecionado a gosto, há quem goste de degustar o polvo guisado picante.

Apresentamos-lhe a receita do Polvo Guisado à Moda dos Açores, sendo que a mesma poderá variar de ilha para ilha, assim como também do conhecido polvo guisado da Ilha do Faial. No final o resultado acaba por ser idêntico, um magnífico e delicioso polvo guisado.

Polvo Guisado à Moda dos Açores - Como fazer - Receita Passo a Passo

Índice de conteúdos [mostrar]

Ingredientes (10 pessoas)

  • 2.5Kg de batata aos cubos;
  • 3 polvos;
  • 2 cebolas;
  • alho;
  • massa de malagueta / pimenta da terra;
  • massa de tomate;
  • massa de pimentão;
  • colorau;
  • salsa;
  • 1 copo de vinho de cheiro;
  • pimenta malagueta salgada;
  • banha;
  • açafrão (opcional);
  • caldo de knorr de marisco ou galinha (opcional);
  • azeite;

Preparação

  • Numa panela coloque 3 a 4 colheres de azeite e adicione uma colher de banha e aqueça em lume brando até derreter a banha. Junte a cebola picada. Adicione uma colher de chá de alho picada. Deixe saltear cerca de 2 minutos;
  • Junte o colorau, duas colheres de chá de massa de pimentão, três colheres de sopa de massa de tomate, uma colher de chá de massa de malagueta (ou pimenta da terra) e as pimentas salgadas;
  • Adicione uma colher de chá de açafrão (opcional);
  • Chegou a hora de juntar o polvo ao preparado anterior. Escorra bem o polvo para que vá a menor quantidade de água para a panela;
  • Envolva o polvo e deixe cozinhar com a panela destapada por cerca de 10 minutos. Opcionalmente pode também colocar um caldo de knorr de marisco;
  • Adicione salsa e tape a panela, deixando o polvo cozinhar em lume brando;
  • Após o polvo estar totalmente praticamente cozido, adicione o vinho de cheiro. Deixe novamente cozinhar por mais 20 minutos com a panela tapada;
  • Agora é altura de juntar a batata previamente cortada aos cubos. Envolva com ajuda da colher e deixe cozinhar as batatas.
  • Quando verificar que as batatas estão completamente cozidas, desligue o fogão e o seu polvo guisado à moda dos Açores está pronto a ser degustado.

Polvo Guisado à Moda dos Açores - Como fazer - Receita Passo a Passo

Sugestões

  • Pode colocar o polvo num tabuleiro e levar ao forno, previamente aquecido, apurando ainda mais o sabor e deixe alourar. Retire e sirva de imediato;
  • Sirva com pão de milho;

Vídeo receita passo a passo

A receita deste artigo foi baseada no vídeo de Leonor Santos que já nos habituou aos seus fantásticos vídeos com Sabores dos Açores, com receitas à moda antiga. Veja como fazer povo guisado passo a passo neste vídeo:

publicado por Fernando Ramos às 00:04

Julho 13 2019

PORTUGAL AOS OLHOS DE UMA BRASILEIRA EM 2019

Ruth Manus, é advogada e professora universitária e escreve num blogue num Jornal de S. Paulo. E escreveu isto sobre Portugal, num texto que deve ser (é !) um orgulho lermos:

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Anabela Andrade

PORTUGAL AOS OLHOS DE UMA BRASILEIRA

Ruth Manus, é advogada e professora universitária e escreve num blogue num Jornal de S. Paulo. E escreveu isto sobre Portugal, num texto que deve ser (é !) um orgulho lermos:

«Dentre as coisas que mais detesto, duas podem ser destacadas:
Ingratidão e pessimismo.
Sou incuravelmente grata e optimista e, comemorando quase 2 anos em Lisboa, sinto que devo a Portugal o reconhecimento de coisas incríveis que existem aqui, embora me pareça que muitos nem percebam.

Não estou dizendo que Portugal seja perfeito.
Nenhum lugar é.
Nem os portugueses são, nem os brasileiros, nem os alemães, nem ninguém.
Mas para olharmos defeitos e pontos negativos basta abrir qualquer jornal, como fazemos diariamente.
Mas acredito que Portugal tenha certas características nas quais o mundo inteiro deveria inspirar-se.
Para começo de conversa, o mundo deveria aprender a cozinhar com os portugueses.
Os franceses aprenderiam que aqueles pratos com porções minúsculas não alegram ninguém.
Os alemães descobririam outros acompanhamentos além da batata.
Os ingleses aprenderiam tudo do zero.
Bacalhau e pastel de nata ?
Não.
Estamos falando de muito mais.
Arroz de pato, arroz de polvo, alheira, peixe fresco grelhado, ameijoas, plumas de porco preto, grelos salteados, arroz de tomate, baba de camelo, arroz doce, bolo de bolacha, ovos moles.
Mais do que isso, o mundo deveria aprender a se relacionar com a terra como os portugueses se relacionam.
Conhecer a época das cerejas, das castanhas e da vindima.
Saber que o porco é alentejano, que o vinho do Porto é do Douro.
Talvez o pequeno território permita que os portugueses conheçam melhor o trajeto dos alimentos até a sua mesa, diferente do que ocorre, por exemplo, no Brasil.
O mundo deveria saber ligar a terra à família e à história como os portugueses.
A história da quinta do avô, as origens transmontanas da família, as receitas típicas da aldeia onde nasceu a avó.
O mundo não deveria deixar o passado escoar tão rapidamente por entre os dedos.
E se alguns dizem que Portugal vive do passado, eu tenho certeza de que é isso o que os faz ter raízes tão fundas e fortes.
O mundo deveria ter o balanço entre a rigidez e a afecto que têm os portugueses.
De nada adiantam a simpatia e o carisma brasileiros se eles nos impedem de agir com a seriedade e a firmeza que determinados assuntos exigem.
O deputado Jair Bolsonaro, que defende ideias piores que as de Donald Trump, emergiu como piada e hoje se fortalece como descuido no nosso cenário político.
Nem Bolsonaro nem Trump passariam em Portugal .
Os portugueses - de direita ou de esquerda - não riem desse tipo de figura, nem permitem que elas floresçam.
Ao mesmo tempo, de nada adianta o rigor japonês que acaba em suicídio, nem a frieza nórdica que resulta na ausência de vínculos.
Os portugueses são dos poucos povos que sabem dosar rigidez e afecto, acidez e doçura, buscando sempre a medida correta de cada elemento, ainda que de forma inconsciente.
Todo país do mundo deveria ter uma data como o 25 de Abril para celebrar.

Se o Brasil tivesse definido uma data para celebrar o fim da ditadura, talvez não observássemos com tanta dor a fragilidade da nossa democracia.
Todo país deveria fixar o que é passado e o que é futuro através de datas como essa.
Todo idioma deveria conter afecto nas palavras corriqueiras como o português de Portugal transporta .
Gosto de ser chamada de “ miúda“.
Gosto de ver os meninos brincando e ouvir seus pais chama-los carinhosamente de “ putos “.
Gosto do uso constante de diminutivos.
Gosto de ouvir ” magoei-te ? ” quando alguém pisa no meu pé.
Gosto do uso das palavras de forma doce.
O mundo deveria aprender a ter modéstia como os portugueses, embora os portugueses devessem ter mais orgulho desse seu país do que costumam ter.
Portugal usa suas melhores características para aproximar as pessoas, não para afastá-las.
A arrogância que impera em tantos países europeus, passa bem longe dos portugueses.
O mundo deveria saber olhar para dentro e para fora como Portugal sabe.
Portugal não vive centrado em si próprio como fazem os franceses e os norte americanos.
Por outro lado, não ignora importantes questões internas, priorizando o que vem de fora, como ocorre com tantos países colonizados.

Portugal é um país muito mais equilibrado do que a média e é muito maior do que parece.
Acho que o mundo seria melhor se fosse um pouquinho mais parecido com Portugal.

Ruth Manus

publicado por Fernando Ramos às 09:44

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